Um dos filmes de 2021 que ganhou destaque pela premiação do Oscar em fevereiro deste ano é “A Mão de Deus” (É stata la mano di Dio), roteirizado e dirigido pelo italiano Paolo Sorrentino. Destaque em Veneza, no Oscar e no Globo de Ouro, o filme narra a trajetória do cineasta, sendo um filme autobiográfico.
Para quem ficou curioso, o filme traz Maradona, mas de uma forma diferente. Bom, todos sabem que o astro argentino fez história duplamente na mesma partida, quando nas quartas de final da Copa do Mundo de 1986, marcou os dois gols na vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra. O primeiro gol foi uma falta não penalizada onde usou a mão para abrir o placar, enquanto o segundo gol foi uma jogada com dribles por 60 metros passando por cinco jogadores da seleção adversária, votado como “O Gol do Século” pelos eleitores fanáticos por futebol.
Pois o cineasta Sorrentino já havia demonstrado seu apreço por “Dieguito” em um filme anterior chamado “A Juventude”, de 2015, mas agora observamos o renomado diretor elevar o feito de Maradona à níveis (ainda) mais altos, transformando seu tento irregular em um tipo de maravilha que todos buscamos individualmente, quase como uma analogia ao sucesso que desamparados podem ter.
A história se passa na década de 1980, em Nápoles, e é protagonizada pelo jovem Fábio. O rapaz estuda e vive em meio a uma família divertida do Sul da Itália, que tem suas peculiaridades. Mas a partir de uma fatalidade precisa superar perdas familiares traumáticas. E é em meio à chegada do craque argentino, que se tornou um ídolo do futebol napolitano, que a trajetória de Fábio se desenrola, com cenas reconstituindo o que foi a passagem do atleta pela cidade. Não apenas a adolescência do personagem conduz a narrativa.